terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O Caveirão

 
 
 
 
 
 
O Caveirão nasceu em 1995 como uma JPX Pick Up cabine simples. Cinco anos, cinco donos. Mais cinco anos parada com o motor quebrado. No ponto.
Como a ideia era partir de uma pick-up 4x4 barata, a JPX era a melhor oportunidade já que a marca tinha sido abandonada por seu dono, empreendedor  de sucesso, Eike Batista.
 
Assim, a carroceria foi para o Isaías ( o careca do meio, abaixo) enquanto o motor apanhou do Baiano até ficar bom.
 
O projeto era de transformar a pick-up em uma caminhonete para seis pessoas, como uma forma de continuar tendo um 4x4, com reduzida, motor diesel, como o jipe JPX que eu tinha e apenas acrescentar dois lugares. O que não se abria mão era de se ter conforto. Nada desses jipes Toyota alongados e com banquinhos laterais.
 
Fizemos um projetinho no CAD e fomos discutir com o pessoal credenciado pelo Inmetro. Foi até uma agradável surpresa porque aprovaram minhas ideias e deram força para que as executasse.


 
 
Isaías é um ótimo lanterneiro e estuda boas soluções cada vez que surge um detalhe novo. Mas o bicho é lento toda vida, não tem jeito. Bem, melhor assim do que depois aparecerem rangidos, trincas, entradas de água, etc. sabe-se lá onde.
Até que um dia o Caveirão, finalmente, ficou pronto.
 


Bonito, nenhum jipe de verdade é, mas acho que exegeramos um pouco.


Apesar da estética no mínimo discutível, eu faço questão de defender dois pontos: um foi a altura interna na parte traseira que deixou a lateral descontinuada com a cabine e o outro foram as janelas laterais em lona. O que me interessa é que sentar naqueles janelões e com o teto bem alto ficou muito gostoso. Todo passeio eu dava um jeito de passar para um dos bancos do meio e tirar um ronco.
Fora a mania de sentar com um braço apoiado sobre o tubo do santo antônio, na posição ASP (Aí, Seus Putos).


Toda a extensão da carroceria foi feita em chapas de aço. Como a pick-up original já era um festival de linhas retas ficou fácil manter a continuidade do "estilo". Para manter parte da segurança em tombamentos, foi mantido o santo antônio, só que girado 180º em relação à pick-up. A mala ficou ótima. A porta superior foi uma sacada do Isaías de aproveitar a vigia traseira da pick-up.

 
Agora era usar o bichão.
Então foram bons anos de passeios com os amigos, paradas para incontroláveis mijadinhas,
belas vistas e cachoeiras ao fundo.


Com o Caveirão fomos até à Serra da Canastra, MG, além de rodarmos todo o RJ, o Vale do Paraíba em São Paulo e as redondezas do Pico da Bandeira, entre MG e o Espírito Santo.
Bastava que a gente identificasse as cidades, cujo governo não fosse preocupado com essas coisas chatas como asfalto e manutenção de estradas, que sempre foi fácil caçar lama.


 
Os escoteiros do GESFA - Grupo de Escoteiros São Francisco de Assis - também foram bons caroneiros do Caveirão.
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Só, que em relação a um veículo desses, a gente fica velho e ele resiste. Chega a um ponto que dá a impressão de que todas as estradinhas de terra em um raio de 400 km de casa foram desbravadas. Começamos a nos confundir quanto aos passeios já feitos.
Antes que o mais indicado fosse o uso de babadores e fraldas geriátricas, resolvemos baixar a bola e vender o querido Caveirão.




Um último acampamento às margens da Lagoa de Juturnaíba, RJ, e lá foi o Caveirão morar em sua nova casa, em Itamonte, MG, próximo às Agulhas Negras.
Como era uma pousada (Pintassilgos), visitamos nosso filho por umas duas vezes. Que ele faça seus donos felizes.




Um comentário:

  1. Hoje ele está rebatizado de Pinhão e continua rodando na Serra da Mantiqueira na empresa Araucária Ecoturismo com base em São Lourenço. Fotos dele está em www.araucariaecoturismo.com.br , na fan page fb.com/araucariaecoturpg no You Tube Araucaria Ecoturismo e também em um perfil do face fb.com/araucariatur.

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